sexta-feira, 19 de junho de 2009

SUGESTÃO DE LEITURA




Brasileira descobre nova fonte de células-tronco
A pesquisadora da USP Tatiana Jazedje descobriu, no tecido do aparelho reprodutivo feminino, células que podem ter aproveitamento melhor do que as polêmicas células embrionárias.


Uma cientista brasileira fez uma descoberta que vai acelerar as pesquisas com células-tronco, aquelas que podem se transformar em qualquer tecido humano. A descoberta foi por acaso. Cientistas da USP usavam células do aparelho reprodutivo feminino em pesquisas.


“A gente viu que elas se dividiam muito rapidamente e, com outros, estudos a gente percebeu que elas tinham um perfil que a gente chama de perfil de células tronco adultas”, disse Tatiana Jazedje, pesquisadora da USP. ‘Elas’, até então desconhecidas, eram células-tronco das trompas.


“Todas tinham o que a gente chama de perfil, uma carinha de célula tronco, e aí vi que em todas as linhagens que testei essas células se diferenciaram em músculo, osso, cartilagem e gordura”, explicou.


Os testes confirmaram. O que era lixo hospitalar, ou servia no máximo como apoio para as pesquisas, é o que deve ser estudado daqui para frente.


No laboratório do Centro de Genoma Humano da USP, as células-tronco das trompas agora são a nova atração. “Elas crescem aderidas nas garrafas, então elas têm esse formato. Há algumas redondinhas. São as células que estão se dividindo”, disse. Todas se reproduziram com 100% de aproveitamento, muito mais do que ocorre com as células-tronco embrionárias.


Outro ponto a favor da descoberta é que, ao contrário das células-tronco embrionárias, o uso das células das trompas não gera discussões, nem problemas éticos. Para os cientistas, só isso já facilita e muito as próximas pesquisas.


Próximas e muitas pesquisas. Já que o potencial das células descobertas aqui é enorme. “A questão não é só os estudos de medicina regenerativa. A gente descobrir que existem essas células vai agora gerar vários outros estudos de infertilidade humana”, disse a pesquisadora.


Essas respostas ainda vão demorar. Mas já são muitos os motivos para comemoração. “O legal, o importante é mostrar que o Brasil produz ciência de qualidade e que a gente consegue, apesar das dificuldades, competir com o mundo inteiro”, completou.
FONTE: JORNAL NACIONAL